Segundo o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), uma série de estudos feitos em todo o mundo evidenciam a importância da soja numa alimentação saudável. A presença do fitoestrógeno, estrutura encontrada na substância conhecida como isoflavona – muito semelhante ao hormônio feminino –, é considerada um dos grandes trunfos do grão. “Ele compete com o hormônio feminino, diminuindo sua ação e, portanto, evitando uma série de problemas”, explica o especialista.
Na menopausa, por exemplo, o fitoestrógeno supre a falta do estrogênio. Conseqüentemente, diminuem os sintomas característicos do período, como fogachos (ondas de calor), instabilidade emocional, dores de cabeça, inchaço das mamas, retenção de líquido e aumento do peso corporal, secura vaginal, depressão, fadiga, diminuição da memória, insônia, inibição da libido, aumento dos riscos cardiovasculares e osteoporose.
De acordo com Durval, quando bem usada, a soja pode funcionar como uma opção natural de tratamento, principalmente para as mulheres que são desaconselhadas a seguir terapias de reposição hormonal.
A diminuição das sensações desagradáveis pode ser alcançada com uma alimentação balanceada, exercícios físicos e a inclusão da proteína da soja. Mas o nutrólogo alerta que, como os benefícios não podem ser observados a curto prazo, o ideal é incluir a soja na dieta pelo menos a partir dos 30 anos de idade.
Foi o que fez a publicitária Ana Crispim, de 35 anos, que descobriu a tempo os benefícios da soja e a usa há três anos. Segundo ela, as mulheres de sua família costumam sofrer muito com os sintomas da menopausa e existem até casos de câncer de mama. Por isso, resolveu se prevenir.
Tofu, carne de soja, leite, substituindo o feijão ou na salada. Para Ana, são muitas as possibilidades que a soja oferece de incrementar o cardápio. “É um alimento rico e saboroso. Pena que, no Brasil, não exista tradição de consumo. Não tenho dúvidas de que essa dieta vai me proporcionar muito mais qualidade de vida na menopausa”, afirma.
PROTEÍNA Os benefícios não acabam aí. Estudos recentes demonstram que a proteína da soja também é eficiente no combate ao câncer de mama e indicam que há uma relação direta entre o consumo regular da proteína de soja e a redução do índice de casos. No Japão, onde o consumo do grão é elevado, o número de mulheres com câncer de mama é cinco a oito vezes menor do que nos Estados Unidos, onde o consumo do produto, a exemplo do Brasil, também é baixo. “Muitas pesquisas estão sendo feitas nessa área e evidenciam que a ingestão de produtos à base de soja durante a adolescência reduz a possibilidade de o câncer na fase adulta”, informa Durval.
O consumo de cerca de 25 gramas de proteína da soja por dia também pode reduzir o risco de doenças do coração, já que o produto atua na diminuição das taxas de colesterol. Desde 1999, o alimento conta com a aprovação do Food and Drugs Administration (FDA), órgão norte-americano regulador de medicamentos e alimentos, como um produto benéfico para a saúde e, a partir de 2005, obteve o mesmo reconhecimento da brasileira Agência Nacional de Saúde (Anvisa). Além dos Estados Unidos e do Brasil, Inglaterra, Filipinas, Indonésia, Japão e Coréia também atestaram os benefícios da soja para a saúde.
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